quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Minha Herança Genética e os Gentios da Terra do Brasil

Acabei de ler um livro, que me custou apenas algumas poucas noites e tem valor aproximado de 30 reais, que recomendo a todos que gostarem de História e boa leitura como eu: A Viagem do Descobrimento, de Eduardo Bueno, 1º volume da Coleção Terra Brasilis.
O livro é tão bom, mas tão bom, que me inspirou a escrever esta pequena resenha pessoal.

Pessoal porque, antes de mais nada, eu vou falar sobre mim mesma (só pra não perder o costume né). Enfim, quero trazer uma indignação acerca da minha herança genética. Eu sei que não é legal ficar reclamando de barriga cheia, assim, deixo bem claro que também tenho muito a agradecer. Mas, dias desses quando eu corria (ou tentava correr) pelo parque, percebi que se eu fosse afrodescendente todo o esforço seria recompensado mais rápido, afinal, os negros possuem melhor musculatura, melhor fôlego e devem haver também outros fatores que os ajudam de algum jeito a ganhar todas as provas de corridas por esse nosso mundão afora...
Assim, eu que sou meia portuguesa e meia brasileira (parece uma modalidade de recheio de pizza), não possuo condições naturais de competir com geneticamente mais favoráveis, logo, se eu quisesse seguir carreira na corrida, teria que correr atrás do meu prejuízo, da minha desvantagem genética, treinando pelo menos umas 10 vezes mais do que qualquer queniano... Concluo que, sou feliz porque escolhi estudar pra concurso público...
Mas falando em ser portuguesa e em livro de Descobrimento, quero citar um trecho que li ontem a noite e achei realmente interessante: "Das observações tomadas por Pero Vaz de Caminha, e também sua conclusão de que aqueles homens (índios tupiniquins) pareciam não ter 'nenhuma idolatria, crença ou adoração' surgiria o provérbio, segundo o qual os 'gentios do Brasil' não pronunciavam as letras f, l e r porque não possuíam fé, lei ou rei". hahahahahahahahahaha
O que diria Pero Vaz de Caminha do nosso Brasil de hoje?? Falaria sobre o Senado? Sobre a Presidência? Sobre os 3 Poderes que nos parecem mais como 3 máfias? Sobre a Corrupção e sobre a violência? Sobre a falta de Educação? Sobre a Pobreza? Sobre todos os males que convivemos diariamente sem nos afetar em nada?

Deixo aqui essa reflexão: Se em 1500 e antes disso, os índios brasileiros, na visão dos portugueses não tinham nem fé, nem lei ou rei, o que temos nós hoje, 507 anos depois?
Temos fé que nos baste?
Temos lei que não seja descumprida?
E temos rei que seja real?

Bom dia a todos.
Shana.

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